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Desvendando os desafio do abandono de animais:
Reflexões, estatísticas e caminhos para uma mudança duradoura.
Desvendando os desafio do abandono de animais:
Reflexões, estatísticas e caminhos para uma mudança duradoura
Num mundo onde os animais de estimação são considerados membros da família, a realidade sombria do abandono nas ruas permanece um problema persistente. Nesta reportagem, exploraremos as causas, consequências e soluções para essa triste realidade que afeta milhões de animais em todo o Brasil.
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Fonte:Foto de Lachlan Ross: https://www.pexels.com/pt-br/foto/abandonado-perdido-adoravel-encantador-7084266/
O abandono de animais é um desafio público cultural que também afeta diversos países ao redor do globo, um fato que necessita de uma solução a longo prazo e apoio de toda a sociedade, além de políticas públicas que ajudem a melhorar essa realidade.
Segundo um artigo publicado pela Revista MVeZ, em julho de 2013, sobre o Abandono de Cães Na América Latina, mostra que os vencedores do ranking dos motivos de abandono são:
1º Lugar: problemas comportamentais dos cães (46,8%)
2º lugar: mudanças na disponibilidade de espaço ou nas regras de conduta social do espaço ocupado pelo ser humano (presente em 29,1% dos casos)
3º lugar: o estilo de vida do proprietário do cão (presente em 25,4% dos casos) Esse motivo também tem relação com as mudanças de vida das pessoas e servem como “desculpa” para o crime de abandono.
4º lugar: diferença entre a expectativa ao adquirir o cão e a realidade de cuidados necessários (presente em 14,9% dos casos) Muitas pessoas adotam porque o animal é “fofo” ou para agradar os familiares, sem pensar na enorme responsabilidade e nas suas necessidades físicas e comportamentais.
Um levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE, no ano de 2013, constatou-se que o número de cães e gatos residentes nas famílias, superou o número de crianças: a cada 100 famílias no Brasil, 44 criam cachorros e apenas 36 têm crianças. A pesquisa também apontou a existência de 52 milhões de cães, contra 45 milhões de crianças até 14 anos.
Segundo a World Veterinary Association,2016, há cerca de 200 milhões de cães abandonados no mundo. No Brasil, há 30 milhões de animais vivendo em situação de abandono. Os cães com maiores riscos de abandono são aqueles com problemas comportamentais, obtidos de abrigos ou a baixo custo, com idade igual ou superior a seis meses, não castrados e também os que não frequentaram cursos de adestramento.
As consequências do abandono para os animais são enumeras, principalmente relacionada ao sofrimento físico (fome, dor, frio) e emocional (medo, solidão, tristeza). Fatores esses, que prejudicam o bem-estar e encurtam a expectativa de vida dos cães em vulnerabilidade, além da subnutrição e uma série de doenças causadas pelo ambiente, uma delas é a infestação de pulgas e carrapatos.
Outros perigos que ameaçam esses animais são aqueles causados por seres humanos, como maus-tratos e métodos brutais de controle populacional. Além do comprometimento da saúde e do bem-estar dos cães pelas condições impróprias de uma má alimentação e abrigo, quando os animais estão sem cuidados também existe uma ameaça à saúde humana e ambiental.
O abandono é uma situação mais grave do que se pode imaginar. O número de casos de maus-tratos contra os animais chega a ser assustador. Casos como abandono, espancamento, zoofilia, queimaduras, são apenas alguns dos problemas que os animais enfrentam.
De acordo com a Lei Federal nº 9.605 de 1998, abandonar ou maltratar animais é crime. Além disso, a Lei Federal nº 14.064, sancionada em 2020, prevê pena de até cinco anos de prisão, proibição de guarda e multa para quem fizer isso.
O artigo 32 da lei de 1998 deixa claro que praticar ato de abuso, maus-tratos, ferir ou mutilar animais silvestres, domésticos ou domesticados, nativos ou exóticos é crime e o abandono é caracterizado como um tipo de mau-trato.
Ainda segundo a legislação de proteção animal brasileira, a pena pode ser aumentada de um sexto a um terço se ocorrer a morte do animal.
A médica-veterinária Camila de Sousa Oliveira, de Braço do Norte, explica um pouco mais as causas do abandono.
“O certo é não abandonar jamais. Mas, na rua, ele pode sofrer maus tratos por parte de pessoas ou até de outros animais. Ele pode causar acidentes de carro, as fezes e urina do animal no meio ambiente também podem causar doenças… então, esse é um desgaste para o animal, para a população e para o meio ambiente”, afirma.
De acordo com a médica-veterinária, a maioria dos animais domésticos não são preparados para viver nas ruas. “Eles não aprenderam a procurar comida, eles não conhecem alguns perigos da rua… ele está acostumado com alguém dando comida, água e carinho para ele. Ele não tem discernimento e as chances de ele sobreviver são menores”, explica.
Ela também alerta para compulsões que animais que tinham um lar e que são abandonados podem desenvolver. “Se você modifica a rotina do animal, há um estresse. Na rua, ele pode se tornar agressivo, ele pode correr atrás do próprio rabo, pode começar a lamber a própria pata… isso gera um trauma e pode culminar em alguma doença. Por isso que nunca se deve abandonar um animal na rua”, diz.
No entanto, a solução a longo prazo para melhorar a vida dos animais é uma conduta responsável e solidária por parte dos donos. Isso passa por:
A fim de combater os riscos causados pelo abandono, um dos métodos principais é a castração, com o intuito de impedir a procriação de cães e gatos e evitar a reprodução descontrolada.
Refletir antes de comprar ou adquirir um animal: lembre-se de que um gato ou cão vão requerer algumas horas de seu tempo, além de recursos econômicos. Não trate um ser vivo como objeto.
Adotar ao invés de comprar: Como já dissemos nesse artigo, as protetoras de animais não dão conta e, além disso, a adoção é uma oportunidade de melhorar as condições de vida de um ser vivo.
O abandono de animais é um problema complexo que requer esforços coletivos para ser combatido. Com conscientização, educação e ação, podemos criar um mundo onde todos os animais de estimação tenham a chance de viver vidas felizes e saudáveis.